“ O amor é assim … “ – Capítulo 5”

08:30

No último capítulo:
 Olhei para a minha prancha que estava encostada à parede e sorri, há tanto tempo que não vou apanhar umas ondas, desde que comecei a namorar com o Afonso deixei completamente de fazer aquilo de que gosto, surfar.
Vesti o bikini, calções e uma t-shirt e rumei para a praia, quando lá cheguei, vesti o meu fato, aqueci um pouco e olhei o mar, sorri e corri para ele, que saudades que eu tinha de surfar.
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 Mal entrei dentro de água senti-me feliz, já tinha saudades de estar assim, apenas eu e a minha prancha, desde pequena que o mar me acalma, faz-me sentir outra pessoa, diferente daquela que deixava o Afonso mandar nela, foi por ele que encostei a prancha e que nunca mais peguei nela, mas a partir de agora vou voltar a surfar e empenhar-me na escola.
Não sei quanto tempo estive dentro de água, só sei que quando saí só me apetecia gritar e dizer “ estou feliz” mas sei que quando reencontra-lo essa felicidade vai desaparecer, deve estar tão furioso comigo.
 Guardei a prancha no saco e olhei o mar, é a minha segunda casa, é aqui que sou feliz quando o mundo parece que vai cair à minha volta, não sei como fui capaz de abandona-lo, tudo por culpa de uma só pessoa, o meu namorado, posso ama-lo, mas quando se ama não se tem que fazer tudo que a outra pessoa quer, eu tenho gostos, tenho amigos e coisas que adoro fazer e posso e devo continuar a fazer o que quero e não o que ele quer.
 Sequei-me e vesti a minha roupa, peguei nas minhas coisas com a intenção de ir embora, mas quando me viro …

- Ena miúda, há muito tempo não te via aqui – sorriu delicadamente para mim.

- Rodrigo? Tu por aqui? – Retribuí-lhe o sorriso.

- Eu é que pergunto isso, há meses que não te via, senti saudades tuas.

- Exagerado, apenas me afastei um pouco do surf, deixei de aqui vir, mas nunca mais faço isso, senti uma paz hoje quando entrei no mar.

- Um surfista nunca abandona a sua casa, já devias saber isso ó miúda – riu-se.

-É tens razão, tenho saudades sabes de quê?

- Diz-me lá.

- De surfar contigo, mas hoje já não dá, tenho de ir para casa e tentar resolver um problema. – encolhi os ombros.

- Isso também eu tenho e muitas, tu és a craque das ondas, não sei como conseguiste te afastar, mas podemos combinar um dia e surfamos os dois que achas?

- É complicado.

- Então andas assim tão atarefada agora, o que mudou?

 Encolhi de novo os ombros e uma lágrima correu pela minha face abaixo, eu mudei tanto desde que comecei a namorar com o Afonso, afastei-me do surf, dos meus amigos, basicamente de tudo.

- Eu mudei …

- Mudaste? Ninguém muda assim tanto, senta-te aqui. – apontou para a areia, sorrindo.

 Sentei-me e olhei para ele, o Rodrigo sempre foi um grande amigo para mim, conheço-o há mais de 10 anos, ele é filho de uns grandes amigos dos meus pais, sempre surfamos juntos, andamos na escola e em tempos eu era completamente apaixonada por ele, só que depois conheci o Afonso e esqueci-o, deixei de falar para ele, não foi bem deixar, foi mais afastar-me de tudo.

- Cometi o pior erro da minha vida e só hoje é que me apercebi disso, mudei por causa de uma pessoa, o meu namorado, ele dizia que eu não podia, que se sou namorada dele tenho de fazer o que ele quer e eu feita parva sempre lhe obedeci, nem com os meus pais a avisar-me eu abri os olhos. - começaram a cair-me lágrimas pela face abaixo …

- Oh pequenina não chores, vai passar, tu não tens de mudar por ninguém, esse canalha não te ama, isso não é amor.

- Eu gosto dele e muito e sei que ele me ama, à maneira dele, mas ninguém entende isto.

- Tens de o fazer ver que tens direito a fazer as coisas de que gostas, tu és muito nova para te prender assim a alguém e a partir de agora tens-me a mim do teu lado, estou aqui para tudo e amanhã quero-te aqui às 9h para apanhar-mos umas ondas em honra dos velhos tempos. – Abriu os braços e sorriu.

 Eu limpei as minhas lágrimas, sorri e atirei-me para os braços dele, abraçou-me e senti-me tão bem naquele abraço, que saudades que tinha de conversar com ele, o Rodrigo sempre foi importante para mim, afastei-me dele.

- Obrigada por este bocadinho, mas tenho mesmo de ir – Sorri.

- Fica combinado para amanhã? Riu-se e sorriu ao mesmo tempo que me puxou para mais um abraço.

- Sim fica combinadíssimo. – Sussurrei-lhe ao ouvido.

 Sorri, afastei-me um pouco, beijei-lhe a face, peguei nas minhas coisas e corri tinha de chegar primeiro que o meu pai a casa, ele detesta atrasos para as refeições e ainda tinha de tomar banho, senti-me estranha quando ele me abraçou mas senti-me bem.

- Pai?

- Estava a ver aonde te tinhas enfiado Margarida, já te ia ligar. – Fez uma cara de surpreendido.

- Tu foste surfar, estou admirado, essa prancha já devia ter pó.

- Sim fui e senti-me tão bem e encontrei um amigo por isso é que demorei mais, desculpe pai. – Sorri.

- Só desculpo se disseres ao pai quem foi esse amigo que te pôs esse lindo sorriso na cara.

- Hum foi o Rodrigo, estivemos a falar e combinamos ir amanhã surfar.

- E fazem tão bem, lembro-me de vocês pequenitos e a tentar meterem-se em pé na prancha, ele ficava furioso porque tu conseguias sempre primeiro, sempre foste uma bela sereia.

- Bons tempos pai, aqui a sereia vai ao duche e já desço para ajudar a metermos a mesa.

 Subi as escadas, arrumei a prancha e escolhi uma roupa prática, ia ficar por casa de tarde por isso não estava para perder mais tempo.
Tomei duche, vesti-me e desci rapidamente as escadas, entrei na cozinha e o meu pai já tinha tudo pronto para almoçarmos.

- Podia ter esperado eu ajudava-o.

- Não custou nada, hoje somos só os dois a mãe está cheia de trabalho.

 Dei um fraco sozinho, nos últimos tempos são raras as vezes que a minha mãe faz as refeições com a gente, a desculpa é sempre a mesma, o trabalho.

- Que carinha foi essa? Já sabes que o trabalho da mãe implica por vezes abdicar da família.

- Eu sei e não a crítico, mas sinto a falta dela as vezes, mas é uma excelente Médica e eu um dia vou ser como ela.

Almoçamos e quando terminei, olhei para o meu pai.

- É verdade, já encomendei os livros, fiquei no 12º A na mesma turma que a Beatriz.

- Só coisas boas e o horário já sabes?

- Sei, três tardes livres e só dois dias é que tenho aulas o dia inteiro.

- Sortuda.

 Ri-me, sou realmente uma sortuda, nunca pensei que ia ter tanto tempo livre, e apesar de o ter vou aproveitar para estudar ao máximo e fazer as coisas de que gosto.

- O Afonso já disse alguma coisa?

- Não e não vou andar atrás dele, quem errou foi ele.

- Tens toda a razão.

  Encolhi os ombros e sorri para o meu pai, por muito que o ame ele tem de entender que eu tenho todo o direito de lutar pelo que quero e fazer o que gosto e ele não manda em mim.
Ajudei o meu pai a arrumar a cozinha, ia-mos falando e com isso ele fez com que esquece-se um pouco o “ Afonso “ fartei-me de rir, gosto de estar assim com o meu pai.
 Quando terminamos subi para o quarto e deitei-me na minha cama, fechei os olhos, estava realmente muito cansada, tinha sido uma manhã muito agitada para a  minha pessoa.

- Margarida?

Abri os olhos e mandei o meu pai entrar.

- Tens uma visita.

- Quem?

- O Afonso, está na sala à tua espera, se não o quiseres ver eu mando-o embora.

 Sorri para o meu pai, levantei-me e abracei-o, eu mais tarde ou mais cedo tinha de falar com ele e se ele veio até cá só mostra com isso que sabe que errou e que talvez esteja arrependido.

- Eu falo com ele, eu já sabia que este momento ia chegar, eu amo-o, mas gosto ainda mais de mim por isso esteja descansado.

- Eu confio em ti, minha flor.

- Há tanto tempo que o pai não me chamava isso. –  Abraçei-o.

  Sorri, calcei-me e desci as escadas, entrei na sala e respirei fundo, ia ser agora que ia dizer-lhe tudo o que penso e ou ele me entende e muda ou acaba tudo.

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26 comentários

  1. Gostei muito. Senti um clima entre a Margarida e o Rodrigo. Será que vão ficar juntos? Sinceramente, ela merece melhor que o Afonso e tem de aprender a impor-se.
    xoxo,
    Gi :)

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  2. Vou te ser muito sincera: A história em si eu gosto bastante. Porém gostaria de te alertar em certos aspetos, para que a tua escrita melhorasse, por exemplo, devias de fazer mais pausas. Não digo vírgulas mas podias por mais pontos finais, porque enquanto eu lia notava que precisava de um ponto e não uma vírgula. Naquela parte em que mandas o teu pai entrar não precisas de dizer : "-Entre. " porque já tinhas dito em discurso indireto que o tinhas mandado entrar. E é isso. Espero que não leves a mal. Beijinho

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  3. Muito bom !!!
    BLOG: http://aquichovemcristais.blogspot.pt/
    INSTAGRAM: @briigitesilva

    PASSEM POR LÁ, BEIJOCAS! <3

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  4. Concordo com a Gi.
    Haverá uma continuação para a história? Ansiosa aqui já.. :)

    Um beijo,

    http://alicetwins.blogspot.com.br

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  5. Já pensaste em escrever no wattpad? :)

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  6. Não estou a acompanhar, mas vou começar a fazê-lo! :)

    R: Obrigada :)

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  7. Estou super curiosa para ver como é que a conversa com o Afonso vai correr :o

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  8. R: é tão bom sentir que gostam do que fazemos :)

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  9. Obrigado linda :D

    gosto mesmo da forma como escreves :D

    NEW POST | DESK DECORATION
    InstagramFacebook Oficial PageMiguel Gouveia / Blog Pieces Of Me :D

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  10. Ainda bem. Eu gosto sempre de alertar que algo está mal, quando vejo que está mal, porque acho que ajuda a pessoa a melhorar a escrita. Vamos lá ver então o que ela vai dizer ao namorado. Tambem senti o clima entre ela e o amigo. UUh!
    r1: Obrigadaa :)
    r2: Ainda bem que gostaste. Podes sempre levar a quiiz ao teu blog xD Obrigada!
    r3: Ainda bem, vais ver que não te vais arrepender de ver a série ;)

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  11. r: Canal nao sei, eu vejo online no Mega Filmes Hd :)

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  12. quero ler maaaaiiiissss *.*

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  13. Há tantas raparigas que passam por relações assim, anulam-se por causa do namorado, é muito triste :(

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  14. Hoje foi o dia em que li a história toda, estou a adorar!! E agora estou ansiosa pelo próximo capitulo, por isso é que só leio as histórias quando elas chegam ao fim, não aguento esta ansiedade...
    Beijinhos*

    r: Obrigada :))

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  15. Gostei imenso do que li, fico à espera da continuação :)

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  16. Mais... Mais... E o que vai acontecer?!?

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  17. Hmm Rodrigo... tenho cá uma sensação... :D

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  18. Aiai Rodrigo!!
    Querida, mais no final do capitulo, quando a Margarida vai para o quarto depois do almoço enganaste-te e escreveste "casa" em vez de "cama": "Quando terminamos subi para o quarto e deitei-me na minha casa", percebe-se perfeitamente mas achei por bem avisar-te :)
    Estou curiosa para ver como é que a conversa vai correr, e a manhã de surf eheh

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