Sorri, calcei-me e desci as
escadas, entrei na sala e respirei fundo, ia ser agora que ia dizer-lhe tudo o
que penso e ou ele me entende e muda ou acaba tudo.
- Que mais posso eu fazer, sem ser
pedir, desculpas? -Berrou
- Primeiro que tudo baixas o tom de
voz pois não estás em tua casa, nem com os teus amigos, sou tua namorada, acho
eu que mereço respeito.
E quanto ao que perguntas-te, podes
simplesmente mudar e voltar a ser o Afonso que eu conheci à 2 anos atrás e não
nesse mostro que te estás a tornar.
Estava a ficar fora de mim, o sentimento que
tinha no inÃcio por ele, aos poucos está a desaparecer.
- Espero que tenhas noção do que disseste,
porque se voltas a tentar mandar em mim, acaba tudo.
Sorriu, aproximou-se de mim e beijou-me,
deixei-me levar por aquele leve beijo, senti-me amada e sim eu gosto dele e sei
que com vontade ele volta a ser aquele rapaz por quem me apaixonei.
Separei as nossas bocas e abracei-o.
- Obrigada princesa por me dares esta
oportunidade.
- Não a desperdices.
Coloquei as minhas mãos na sua face e encostei
a minha testa à dele, sorri e beijei-o, tinha saudades de estar assim com ele, o
beijo prolongou-se e ele meteu as suas mãos dentro da minha camisola, parei-o.
- Aqui não, Afonso.
- Tens razão, o teu pai pode aparecer,
mas tenho saudades tuas, amanhã podÃamos passar a manhã juntos em minha casa. -
Sorriu
- Gostava muito mas não posso.
- Não podes?
- Vou surfar. – Afirmei.
- Podias ir surfar noutro dia.
- Não dá, combinei com um amigo meu.
- Com quem? – Berrou.
- Afonso não vais começar, com um
amigo meu e chega.
- Ok, mas depois de ires surfar podes
vir ter comigo.
- Depende da hora que me despachar,
eu ligo-te depois.
- Hum e a que praia vais? – Sorriu.
- Há mesma de sempre, eu não troco
aquela praia por nada, sinto-me tão bem lá. – Afirmei, sorrindo.
- És sempre a mesma, sabes que à s
vezes faz-nos bem mudar.
Fiquei pensativa e em certa parte ele tem
razão, não devemos ser sempre iguais por vezes faz-nos bem realmente mudar, mas
sinceramente eu sinto-me bem assim.
Ele sorriu e beijou-me, abracei-o e lembrei-o
mais uma vez que esta era a sua última oportunidade, fechei a porta e subi as
escadas para o meu quarto.
Deitei-me na cama e fechei os olhos, só espero
que agora possa realmente descansar.
- Margarida?
- Sim?
- Estavas a descansar filha,
desculpa.
- Não faz mal pode dizer mãe. –
Sorri.
- Que achas de convidarmos os pais do
Rodrigo para almoçarem cá no Domingo, já há muito tempo que não estamos juntos.
Olhei para a minha mãe e vi que ela estava a
ser realmente sincera, sorri e disse-lhe que podia combinar o tal jantar,
afinal que mal tem um jantar entre amigos?
- Fico muito feliz por teres voltado
a surfar, a minha menina está a voltar ao que era.
- Eu estou feliz mãe e agora vai ser
tudo como antes.
- Que achas de logo à noite irmos
visitar os avós?
- Uma ótima ideia. – Sorri.
Deixou-me descansar mais um pouco e passado
umas horas acordei com as energias renovadas, sorri, só quero que a vida agora
me reserve coisas boas.
Levantei-me e escolhi uma roupa
apropriada para ir ver os meus avós, tenho de começar a ir lá mais vezes, moram
perto de mim e sei que devia dar-lhes mais atenção pois um dia vou sentir a
falta deles. Desci as escadas e ajudei a minha mãe
a preparar o jantar, quando já estava tudo pronto, jantamos os três e fomos ver os
meus avós.
Olhei
para a minha prancha que estava encostada à parede e sorri, há tanto tempo que
não vou apanhar umas ondas, desde que comecei a namorar com o Afonso deixei
completamente de fazer aquilo de que gosto, surfar.
Vesti o bikini, calções e uma t-shirt e rumei
para a praia, quando lá cheguei, vesti o meu fato, aqueci um pouco e olhei o
mar, sorri e corri para ele, que saudades que eu tinha de surfar.
Mal
entrei dentro de água senti-me feliz, já tinha saudades de estar assim, apenas
eu e a minha prancha, desde pequena que o mar me acalma, faz-me sentir outra
pessoa, diferente daquela que deixava o Afonso mandar nela, foi por ele que
encostei a prancha e que nunca mais peguei nela, mas a partir de agora vou
voltar a surfar e empenhar-me na escola.
Não sei quanto tempo estive dentro de água,
só sei que quando saà só me apetecia gritar e dizer “ estou feliz” mas sei que
quando reencontra-lo essa felicidade vai desaparecer, deve estar tão furioso
comigo.
- Então andas assim tão atarefada agora, o
que mudou?
Encolhi
de novo os ombros e uma lágrima correu pela minha face abaixo, eu mudei tanto
desde que comecei a namorar com o Afonso, afastei-me do surf, dos meus amigos,
basicamente de tudo.
Eu
limpei as minhas lágrimas, sorri e atirei-me para os braços dele, abraçou-me e
senti-me tão bem naquele abraço, que saudades que tinha de conversar com ele, o
Rodrigo sempre foi importante para mim, afastei-me dele.
- Obrigada por este bocadinho, mas tenho
mesmo de ir – Sorri.
- Fica combinado para amanhã? Riu-se e sorriu
ao mesmo tempo que me puxou para mais um abraço.
- Sim fica combinadÃssimo. – Sussurrei-lhe ao
ouvido.
Sorri,
afastei-me um pouco, beijei-lhe a face, peguei nas minhas coisas e corri tinha
de chegar primeiro que o meu pai a casa, ele detesta atrasos para as refeições
e ainda tinha de tomar banho, senti-me estranha quando ele me abraçou mas
senti-me bem.
- Pai?
- Estava a ver aonde te tinhas enfiado
Margarida, já te ia ligar. – Fez uma cara de surpreendido.
- Tu foste surfar, estou admirado, essa
prancha já devia ter pó.
Ri-me,
sou realmente uma sortuda, nunca pensei que ia ter tanto tempo livre, e apesar
de o ter vou aproveitar para estudar ao máximo e fazer as coisas de que gosto.
- O Afonso já disse alguma coisa?
- Não e não vou andar atrás dele, quem errou
foi ele.
- Tens toda a razão.
Encolhi os ombros e sorri para o meu pai, por muito que o ame ele tem de
entender que eu tenho todo o direito de lutar pelo que quero e fazer o que
gosto e ele não manda em mim.
Ajudei o meu pai a arrumar a cozinha, ia-mos
falando e com isso ele fez com que esquece-se um pouco o “ Afonso “ fartei-me
de rir, gosto de estar assim com o meu pai.
Quando
terminamos subi para o quarto e deitei-me na minha cama, fechei os olhos,
estava realmente muito cansada, tinha sido uma manhã muito agitada para a minha pessoa.
- Margarida?
Abri os olhos e mandei o meu pai entrar.
- Tens uma visita.
- Quem?
- O Afonso, está na sala à tua espera, se não
o quiseres ver eu mando-o embora.
- Eu falo com ele, eu já sabia que este
momento ia chegar, eu amo-o, mas gosto ainda mais de mim por isso esteja
descansado.
- Eu confio em ti, minha flor.
- Há tanto tempo que o pai não me chamava
isso. – Abraçei-o.
Sorri, calcei-me e desci as escadas,
entrei na sala e respirei fundo, ia ser agora que ia dizer-lhe tudo o que penso
e ou ele me entende e muda ou acaba tudo.
Sequei o cabelo e retomei os estudos, estava a
começar a ficar cansada, olhei para o telemóvel e suspirei, nem uma mensagem
dele, tão estranho, arrumei as coisas e deitei-me, amanhã será um novo dia.
O sol estava a bater-me nos olhos, sempre
tive o vicio de dormir com a persiana aberta principalmente no Verão, gosto de
ver os raios de sol logo pela manhã, abri os olhos e sorri, que lindo dia que vai
estar.
- Se já estiverem
os livros na escola encomendo na mesma papelaria?
- Sim fazes
isso e depois a mãe passa lá a pagar, para o material tens dinheiro?
- Sim eu
levo o cartão.
Acabei de
tomar o pequeno-almoço e o meu pai deixou-me na escola, que saudades eu já
tenho das aulas, mas daqui a um mês começa tudo de novo e eu vou empenhar-me ao
máximo para entrar no curso que sempre sonhei.
Peguei
no telemóvel e nada, estava a ficar preocupada, normalmente quando nós nos
chateamos ele não para de me ligar e mandar mensagens e desta vez não.
Entrei na escola e fui ver se as turmas já
tinham saÃdo e sorri, fiquei no 12º A, fiquei tão feliz, na mesma turma que a
minha melhor amiga, vai ser tão bom, de seguida passei na papelaria e pedi a
lista dos livros e o meu horário.
Apanhei o autocarro e em dez minutos estava no
centro comercial, comprei apenas o necessário: cadernos, canetas, lápis, micas,
borracha, aguça, uma carteira para levar os livros e o que precisar, marcadores
e lápis.
Olhei para a minha prancha que estava
encostada à parede e sorri, à tanto tempo que não vou apanhar umas ondas, desde
que comecei a namorar com o Afonso deixei completamente de fazer aquilo que
gosto, surfar.
Vesti o bikini, calções e uma t-shirt e rumei
para a praia, quando lá cheguei, vesti o meu fato, aqueci um pouco e olhei o
mar, sorri e corri para ele, que saudades que eu tinha de surfar.